26 setembro, 2015

Francisco no Ground Zero: vida vence destruição e morte

(RV) Ao fim da manhã desta sexta-feira (25/09) o Papa Francisco participou no Encontro inter-religioso, no Memorial do Ground Zero de Manhattan, em Nova Iorque no qual estiveram também presentes vários representantes das Comunidades religiosas da Cidade.

Depois das palavras de boas vindas do arcebispo de Nova Iorque, Card. Timothy Dolan e as reflexões apresentadas pelo Rabino Eliot Cosgrove e o Imama Khalid Latif sobre a tragédia dos ataques de 11 de setembro, o Santo Padre fez a oração da memória, da qual destacamos o seguinte:

“Deus da paz, concede a Tua paz ao nosso mundo violento:

paz nos corações de todos os homens e mulheres
e paz entre as nações da terra.
Conduz pelo teu caminho de amor
aqueles que têm o coração e a mente
consumidos pelo ódio.

… Faz com que aqueles cujas vidas foram poupadas 
possam viver de modo que as vidas perdidas aqui
não tenham sido perdidas em vão”.

Após a oração do Papa várias meditações de representantes das comunidades Hindu, Budista, Sikh, cristã, muçulmana se seguiram sobre o tema da paz, e também uma oração hebraica  em honra dos defuntos.

Na sua reflexão o Papa Francisco exprimiu antes de tudo os sentimentos e emoções que nele desperta a presença no Ground Zero, onde milhares de vidas foram destruídas:

“Aqui, a dor é palpável. A água, que vemos correr para este centro vazio, lembra-nos todas aquelas vidas que estavam sob o poder daqueles que crêem que a destruição seja o único modo de resolver os conflitos”.

Este é o lugar – continuou o Papa - onde choramos a angústia provocada por nos sentirmos impotentes perante a injustiça, perante o fratricídio, perante a incapacidade de resolver as nossas diferenças dialogando, choramos pela perda injusta e gratuita de inocentes, por não poder encontrar soluções para o bem comum.

O Papa citou em seguida os primeiros socorristas e os bombeiros caídos em serviço para reafirmar que a destruição não é abstracta e impessoal, mas tem um rosto e uma história, é concreta e tem nomes:
“Numa metrópole que pode parecer impessoal, anónima, de grandes solidões, fostes capazes de mostrar a poderosa solidariedade da ajuda mútua, do amor e do sacrifício pessoal”.
Deste modo, este lugar de morte se transforma em  lugar de vida que está destinada a triunfar sobre a destruição, sobre a morte, sobre as forças do mal, disse o Papa, reiterando que a reconciliação e a unidade vencerão sobre o ódio e as divisões.

E o Papa manifestou a esperança de que este lugar de dor se torne sinal do empenho para reconciliação, paz e justiça, neste lugar e em todo o mundo, sinal de que é possível viver em paz entre gente de diferentes línguas, culturas e religiões, para dizer "não" a tudo aquilo que só quer uniformidade e dizer "sim" a uma diferença acolhida e reconciliada.

E Francisco terminou o seu discurso com um convite à oração silenciosa para pedir ao Céu, disse, o dom do empenho para a causa da paz: paz nas nossas casas, nas nossas famílias, nas nossas escolas, nas nossas comunidades; paz nos lugares onde a guerra parece não ter fim, paz neste vasto mundo que Deus nos deu como casa de todos e para todos – concluiu Francisco (BS)

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