07 julho, 2015

P. Lombardi: no Equador Papa traz mensagem de unidade e solidariedade



(RV) No segundo dia da visita do Papa ao Equador o P. Lombardi no briefing aos jornalistas afirmou que Francisco, ao povo equatoriano, anuncia o evangelho e traz uma forte mensagem de unidade e solidariedade.

O almoço foi muito agradável, num ambiente familiar, com uma conversa simples, dedicada às recordações da vida jesuíta e aos conhecimentos comuns, sobre as actividades do colégio e dos outros jesuítas que estavam presentes. Coisas muito simples, amigáveis, fraternas, entre religiosos da mesma congregação. Durou bastante tempo - mais de uma hora, penso - e foi tranquilo. Foi um momento muito alegre e simpático. Depois, com o papamóvel, de novo ao aeroporto. Havia muita gente pela estrada. Aquilo que surpreende e impressiona é que, apesar do tempo horrível hoje em Quito, havia centenas de milhares de pessoas na estrada, do aeroporto até à cidade e ruas da cidade. Verdadeiramente um número imenso de pessoas. Também neste caso, o Papa não viajava num papamóvel, mas num carro pequeno. Mas o calor da população, do povo, foi realmente maravilhoso e o Papa está muito impressionado por isso. Um calor humano, um amor cristão profundo de um povo para o seu pastor.

O Papa visitou, como estava previsto, o Palácio Presidencial, sem discurso, porque estava previsto à chegada, no aeroporto, ontem. Estava previsto o encontro pessoal do Papa com o presidente - 20, 30 minutos de diálogo - e, em seguida, o encontro com os familiares - a esposa, a mãe e os filhos do presidente - e as homenagens. No primeiro encontro os ministros não estavam presentes: foi um encontro privado com o presidente, com os familiares e, em seguida, a troca de presentes, que foram simples, mas significativos. O Papa ofereceu mosaico de um ícone da Virgem de São Paulo Fora dos Muros e dois documentos: a Evangelii Gaudium, que é a exortação apostólica característica, programática, do Pontificado e que é a fonte dos lemas desta viagem - a alegria no anúncio do Evangelho – e a última Encíclica, Laudato sì, sobre a ecologia integral. Dois documentos que são, penso eu, de referência, fundamentais para esta viagem no seu todo e para o Pontificado neste momento. O presidente ofereceu ao Papa um quadro muito bonito da porta, da fachada da Igreja da Companhia aqui em Quito, que o Papa visitará amanhã.

Simultaneamente com estas viagens, houve um colóquio do Cardeal Secretário de Estado Parolin, o Núncio e o Cardeal Vela com algumas autoridades, entre as quais o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador.

Não tenho informações sobre o conteúdo do discurso, porque o colóquio com o presidente é sempre privado, e não perguntei quais foram os argumentos. Mas quanto ao colóquio do Cardeal Parolin com o ministro, tratou-se de um discurso sobre os acontecimentos no Equador nos últimos dez anos.

O Papa em seguida, depois da conversa pessoal, passou de uma grande sala ao terraço para saudar as pessoas que estavam na praça. Penso que o vistes. O Papa não falou, simplesmente saudou as pessoas e deu a sua bênção.
 
Em seguida, houve uma série de apresentações de pessoas, de autoridades da delegação do governo e da delegação do Vaticano. Havia amigos. Também estavam presentes as Irmãs de um Convento de clausura, vindas para ver o Papa. Um bom grupo de pessoas, muito felizes por saudar o Papa, e que foram naturalmente bem acolhidas.

Como bem sabeis, depois o Papa foi à Catedral. Houve alguns momentos muito intensos na passagem, antes de entrar, com os deficientes e os doentes, momentos muito ricos de emoção, de participação, de manifestações de amor e carinho para com o Papa. Em seguida, na Catedral, houve uma oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento; a oferta de flores à Virgem, e uma breve saudação às pessoas na praça. Como vistes, o Papa não leu o texto que havia sido preparado e que recebestes com o embargo. Se quiserdes, porém, podeis utilizá-lo. É um texto aprovado pelo Papa, que contém coisas interessantes, que não estão presentes, pelo menos até agora, nos seus discursos. Portanto, pode ser interessante dizer aquilo que o Papa tinha preparado para esta ocasião, referindo-se particularmente às Santas da devoção popular equatoriana, e outras coisas.

O Papa fez um discurso muito breve e espontâneo, interessante para ver um dos temas que ele sempre põe em relevo e que para ele é importante. Repito aquilo que o Papa disse, se não escrevestes: "Dou a bênção, dou a bênção a cada um de vós, às vossas famílias, a todas as pessoas queridas e a este grande e nobre povo equatoriano, para que não existam diferenças, selectividades, pessoas descartadas, para que todos sejam irmãos, ninguém seja excluído e não haja ninguém que fique fora desta grande nação equatoriana. Para cada um de vós, as vossas famílias, dou a bênção. Agora rezemos juntos com a Ave Maria e depois vos dou a bênção". São poucas palavras, mas é muito claro o sentimento do Papa: de convidar o povo para ser unido e para não descartar ninguém, para construir uma  verdadeira comunidade intensamente rica de relações, de amor, justiça e solidariedade. Este breve discurso acho que diz muito da intenção com que o Papa vem e se dirige ao povo equatoriano na sua totalidade. Acho que são palavras muito bonitas para meditar. Se alguém se perguntar: "O que diz o Papa aos equatorianos?" Naturalmente, ele anuncia o Evangelho, mas traz também uma mensagem muito forte de unidade e de solidariedade.

Amanhã haverá alguns discursos muito interessantes para o mundo da educação e a sociedade civil, sobre como se articula esta perspectiva, este convite ao povo equatoriano, de marchar unido para o seu futuro, na construção do seu futuro.

Isto é o que eu tinha a dizer. Não sei se é útil. (BS)

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