12 julho, 2015

Francisco no Hospital Pediátrico "Niños de Acosta Ñú"



(RV) No Paraguai, na manhã deste sábado, dia 11 de Julho, o Papa Francisco visitou o hospital Geral Pediátrico “Niños de Acosta Ñú de Asunción. Francisco foi acolhido pelo Diretor Geral do hospital que o acompanhou a visitar os depratamentos de internamento, de reanimação e oncologia. Em seguida o Papa encontrou-se com os dependentes do hospital. Falando à todos, num discurso improvisado e procurando sintetizar o discurso oficial, Francisco recordou o episódio de Jesus que se zangou com os apóstolos porque estes tinham impedido às crianças de aproximarem-se dele; Francisco evocou a humildade das crianças que as permite de entrar no Reino dos Céus; falou do sofrimento dos petizes  e exprimiu a sua aproximação e oração também  para os seus pais. Finalmente, o Papa agradeceu e enconrajou todos aqueles que, no campo médico-sanitário cuidam das crianças doentes.

Eis no entanto, na íntegra, o discurso oficial do Papa Francisco:

Senhor Director,
Queridas crianças,
Membros do pessoal,
Amigos todos!

Obrigado pela recepção tão calorosa que me fizeram! Obrigado por este tempo que me concedeis passar convosco!

Queridas crianças, quero fazer-vos uma pergunta, para ver se me ajudais. Disseram-me que sois muito inteligentes, pelo que me animei a fazê-la: Jesus zangou-se alguma vez? Lembrais-vos quando foi? Eu sei que é uma pergunta difícil, dou-vos uma ajuda. Foi quando não deixaram aproximar-se d’Ele as crianças. É a única vez, em todo o Evangelho de Marcos, que se usa esta palavra (Mc 10, 13-15). Significa quase o mesmo que a nossa expressão: encheu-se de ira. Já alguma vez vos zangastes? Pois bem! Foi assim que ficou Jesus, quando não deixaram vir para junto d’Ele as crianças, crianças como vós. Ele ficou muito zangado. As crianças contam-se entre os predilectos de Jesus. Não significa que não gostava dos mais velhos, mas que Se sentia feliz quando podia estar com elas. Fazia-Lhe muito bem a amizade e companhia delas. E não só queria tê-las perto; mais do que isso: deu-as como exemplo. Disse aos discípulos: «Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu» (Mt 18, 3).

As crianças estavam longe, os mais velhos não as deixavam aproximar-se, mas Jesus chamou-as, abraçou-as e pô-las no meio para que todos aprendêssemos a ser como elas. Hoje Ele diria o mesmo a nós. Fixa-nos e diz: Aprendei delas.

Devemos aprender de vós, da vossa confiança, alegria, ternura; da vossa capacidade de luta, da vossa fortaleza; da vossa capacidade incomparável de resistir. Sois uns lutadores. E, quando alguém tem tais «guerreiros» à sua frente, sente-se orgulhoso. Não é verdade, ó mães? Não é verdade, ó pais e avós? Ver-vos dá-nos força, dá-nos coragem para ter confiança, para avançar.
Mães, pais, avós, sei que não é nada fácil estar aqui. Há momentos de muita dor, incerteza. Há momentos de forte angústia que oprime o coração, e há momentos de grande alegria. Os dois sentimentos coexistem, estão em nós. Mas não há melhor remédio que a vossa ternura, a vossa proximidade. E alegra-me saber que, entre vós famílias, vos ajudais, animais, dais um «empurrãozinho» para prosseguir e atravessar este momento.

Contais com o apoio dos médicos, dos enfermeiros e de todo o pessoal desta casa. Obrigado por esta vocação de serviço, que ajuda não só a curar, mas também a acompanhar a dor dos vossos irmãos.

Não nos esqueçamos disto: Jesus está perto dos vossos filhos; está muito perto: no coração. Não hesiteis em suplicar-Lhe, não hesiteis em falar com Ele, em compartilhar as vossas dúvidas, as vossas dores. Ele está sempre ao vosso lado; mas sempre, e não vos deixará cair.

E, duma coisa, temos a certeza e mais uma vez o confirmo. Onde estiver um filho, está a mãe. Onde estiver Jesus, está Maria, a Virgem de Caacupé. Peçamos-Lhe que vos proteja com o seu manto, que interceda por vós e pelas vossas famílias.

E não vos esqueçais de rezar por mim. Tenho a certeza de que as vossas orações chegam ao céu.

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