02 maio, 2015

Papa: vida no continente americano seja fundada no Evangelho

(RV) O Papa Francisco celebrou a santa Missa, neste sábado 2 de maio,  por ocasião do Dia de Reflexão que hoje se comemora, promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina e o Pontifício Colégio Norte Americano, sob o tema “Frei Junípero Serra, apóstolo da Califórnia e testemunha de santidade”. Na sua homilia e inspirando-se na leitura dos Actos dos Apóstolos, o Papa começou por realçar o carácter missionário da Igreja, a partir dos primeiros discípulos que, com o surgir da perseguição, saíram de Jerusalém, até chegar à multidão de missionários que levaram o evangelho ao Novo Mundo e defenderam os indígenas contra os abusos dos colonizadores. Entre estes missionários estava Frei Junípero que, com a sua obra de evangelização se tornou pioneiro da fé cristã no México.

O Papa salientou em seguida três aspectos da vida e exemplo do Frei Junípero: o seu zelo missionário, a sua devoção mariana e o seu testemunho de santidade.

Antes de tudo, disse Francisco, Frei Junípero foi um missionário incansável: a paixão de anunciar o evangelho ad gentes, ou seja, o impulso do coração que quer partilhar com os mais distantes o dom do encontro com Cristo, levaram-no a deixar a sua casa, a sua terra, a sua família, a cátedra universitária, a sua comunidade franciscana em Mallorca, para ir até os confins da terra. E acrescentou:

“Tal zelo provoca-nos: é para nós um grande desafio! Estes discípulos-missionários, que encontraram Jesus, Filho de Deus, e que por Ele conheceram o Pai misericordioso e, movidos pela graça do Espírito Santo, se projectaram para todas as periferias geográficas, sociais e existenciais, para dar testemunho da caridade, estes missionários nos desafiam!”
O testemunho de Frei Junípero chama-nos a deixar-nos envolver, em primeira pessoa, na missão continental, que encontra as suas raízes na ''Evangelii Gaudium”, disse ainda o Papa.

Em segundo lugar, continuou o Papa, Frei Junípero confiou o seu empenho missionário à Santíssima Virgem Maria, pois antes de partir para a Califórnia quis ir consagrar a sua vida a Nossa Senhora de Guadalupe, e para lhe pedir, pela missão que estava prestes a realizar, a graça de abrir os corações dos colonizadores e dos indígenas. Desde então, Nossa Senhora de Guadalupe tornou-se, de facto, a padroeira de todo o continente americano, observou Papa Francisco, e não é possível separá-la do coração do povo americano, porque ela constitui a raiz comum deste continente.

Em seguida o Papa convidou os presentes a contemplar o testemunho de santidade de Frei Junípero (um dos padres fundadores dos Estados Unidos, santo da catolicidade e protector especial dos hispânicos do País), e a rezar para que todo o povo americano redescubra a sua dignidade, consolidando cada vez mais a sua pertença a Cristo e à sua Igreja.

E invocou a intercessão de Frei Junípero e dos muitos santos e santas americanos que se distinguiram com diversos carismas:

“Um vento impetuoso de santidade percorra o próximo Jubileu Extraordinário da Misericórdia em todas as Américas! Confiantes na promessa feita por Jesus, e que hoje ouvimos no Evangelho, peçamos a Deus esta particular efusão do Espírito Santo. Peçamos a Jesus Ressuscitado, Senhor da história, para que a vida do continente americano seja cada vez mais fundamentada no Evangelho que recebeu; que Cristo seja cada vez mais presente na vida das pessoas, das famílias, dos povos e das nações, para a maior glória de Deus. E essa glória se manifeste na cultura da vida, na fraternidade, na solidariedade, na paz e na justiça, com factivo amor preferencial pelos pobres, através do testemunho dos cristãos das diferentes comunidades e confissões, os crentes de outras tradições religiosas e homens de consciência recta e de boa vontade”.

E o Papa concluiu a sua invocação pedindo a intercessão de Nossa senhora de Guadalupe, de Frei Junípero e dos outros santos e santas americanos, para que o conduzam e guiem nas próximas viagens apostólicas na América do Sul e América do Norte. (BS)

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