(RV) O Papa Francisco
recebeu em audiência ao fim da manhã deste sábado 18 de abril, na Aula
do Consistório do Vaticano, os participantes na Sessão Plenária da
Pontifícia Academia das Ciências Sociais, a quem agradeceu antes de tudo
por aquilo que a Academia faz para aprofundar o conhecimento das novas
formas de escravidão e para erradicar o tráfico de seres humanos, com o
único propósito de servir ao homem, especialmente os marginalizados e
excluídos. E Papa Francisco sublinhou:
“Como cristãos, vos sentis interpelados pelo Sermão da Montanha do
Senhor Jesus e pelo "Protocolo" com o qual seremos julgados no fim da
nossa vida, segundo o Evangelho de Mateus: "Bem-aventurados os pobres,
bem-aventurados os que choram, bem-aventurados os mansos,
bem-aventurados os puros de coração, bem-aventurados os misericordiosos,
bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, bem-aventurados os
que são perseguidos por causa da justiça: estes possuirão a terra, estes
serão filhos de Deus, estes verão a Deus".
Os "abençoados pelo Pai" (explicou o Papa), os seus filhos que o
verão, são aqueles que se preocupam com os últimos, e que amam os mais
pequeninos dentre os seus irmãos: "Tudo o que fizestes a um destes meus
irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes", diz o Senhor. E hoje,
disse o Papa, entre esses irmãos mais necessitados estão aqueles que
sofrem a tragédia das modernas formas de escravidão, como o trabalho
forçado, a prostituição, o tráfico de órgãos e as drogas.
Tantos santos e santas na Igreja, como S. Pedro Claver e S. João de
Matha combateram a escravidão num momento histórico em que esta era
muito difusa e socialmente aceite (infelizmente também no mundo cristão)
porque era um grande negócio, disse Papa Francisco, reiterando que a
abolição histórica da escravatura como estrutura social é consequência
directa da mensagem de liberdade trazida ao mundo por Cristo.
Mas infelizmente, num sistema económico dominado pelo lucro nasceram
as novas formas de escravidão, piores que as primeiras, disse o Papa:
“Infelizmente, num sistema económico global dominado pelo lucro,
desenvolveram-se novas formas de escravidão em alguns aspectos piores e
mais desumanas que aquelas do passado. Ainda mais hoje, portanto,
seguindo a mensagem de redenção do Senhor, somos chamados a denunciá-las
e combatê-la”
E o Papa recorda em seguida quanto tem afirmado várias vezes dizendo
que estas novas formas de escravidão – tais como o tráfico de seres
humanos, o trabalho forçado, a prostituição, o comércio de órgãos - "são
crimes gravíssimos, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea",
sublinhando a este propósito:
“Toda a sociedade é chamada a crescer nesta consciência,
especialmente no que diz respeito à legislação nacional e internacional,
de modo que os traficantes sejam levados à justiça e os seus injustos
ganhos reorientados para a reabilitação das vítimas. Devem-se procurar
as modalidades mais adequadas para penalizar aqueles que são cúmplices
deste mercado desumano”.
E o Papa concluiu a sua mensagem encorajando aos presentes a
continuarem neste trabalho com o qual, guiados pela luz do Evangelho,
contribuem para tornar o mundo mais consciente destes desafios,
dizendo-lhes que é preciso construir a cidade terrena à luz das
bem-aventuranças e assim caminharmos para o Céu na companhia dos
pequeninos e dos últimos. E o Papa a todos deu a sua bênção. (BS)
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