07 fevereiro, 2015

SALVA-ME, SENHOR!

 

    Toda a história da Salvação que a bíblia bem descreve, é a história de um Deus que anda à procura do homem para o convidar para a sua intimidade e comunhão. Por outras poalavras, Deus anda à procura do homem para o fazer feiliz, partilhando da sua vida, do seu projeto e empenho. Tudo isto é expresso de muitas maneiras e modos, conforme a cultura, os hábsitos, a sensibilidade e mesmo a profissão, estado de vida e as limitações daqueles que são convidados. Deus usa sempre uma linguagem que cada pessoa pode entender. As pessoas convidfadcas, muitas vezes, entendem mal  o que Deus quer, Ele, porém, na sua miserícórdia, os vai fazendo perceber qual deve ser a orientação. Muitas vezes eles falham, mas Ele novamente os levanta,  os estimula e lhe dá novo alento. Muitas vezes, antes da missão que lhes quer confiar, permite que eles experimentem a própria limitação para que possam melhor confiar, permite que eles experimentem a própria limitação para que possam melhor confiar n'Ele. Ele, porém, nunca os deixa sós nessa prova. No entanto, muitos dos convidados persistem em continuar a fazer o que lhes agrada, voltando as costas para o Senhor e para a sua orientação, acabarão por se tornarem inúteis para o Reino de Deus.

    As parábolas de Jesus exemplificam essa verdade enquanto a sua atitude a concretiza. (...) A parábola da rede que recolhe toda a espécie de peixe e que depois da pesca são escolhidos os peixes bons e deitados fora os que não prestam (Mt 13,47-52), é prova disso. Um outro exemplo, já não é parábola, mas da vida pública de Jesus (Mt 14,25-31), ajuda-nos a perceber a nossa realidade de cristãos, como peixes caidos na sua rede, escolhidos para pescar outros, para sermos pescadores de hoimens.

    Depois do milagre da mulatiplicação dos pães, Jesus mandou aos discípulos, de barco, para o ouatro lado do mar, enquanto Ele despedia as multidões. Depois de ter rezado, já de madrugada, foi ter com os discípulos a caminhar sobre as águas do mar. Ao aproximar-se do barco onde eles estavam, estes, encheram-se de pânico e gritaram com medo, pensando ser um fantasma. Jesus acalmou-os dizendo ser Ele mesmo que se aproximava. Foi então que Pedro disse:

- Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.
- Vem - disse Jesus.

    Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou:

- Salva-me, Senhor! 

Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe:

- Homem de pouca fé, porque duvidas?

    Pedro aqui, é figura de um daqueles peixes que, ele mesmo tinha tirado do mar e que, sendo bom, deitava nas canastras. Mas este peixe, chamado Pedro, pescado ou tirado do mar da descrença, da ambição e do egoísmo, mais tarde tornou-se também ele, por ordem do Senhor, pescador de homens, isto é, começou a empenhar-se em libertar homens e mulheres do mar da maldade, da falta de fé, do pecado.

    Todos nós, por ocasião do bapatismo, formos pescados, isto é, fomos tirados do mar do pecado, da maldade, da morte, e estamos nas redes do grande pescador que é Jesus Cristo para pertencermos ao seu Reino, importa que ao entrarmos nessa rede, cresçamos na bondade de Deus e na comunhão com Ele para que não aconteça, que ao chegarmos à praia, durante a escolha, não sejamos deitados fora, mas escolhidos, eleitos, colocados na canastra. por outras palavras, entremos ao serviço do Senhor e passemos, também nós, a ser perscadores de homens, portanto, com a nossa palavra e testemunho convidemos oustros  a entrarem no mesmo Reino, na comunhão com Deus.

Como ser peixe pescado, escolhido, para depois ser pescador?

    Jesus liberta e convida os que são libertos a empenharam-se na sua mesma acção de libertação de outros. É que, quanto mais nos esforçamos por libertar alguém, mais nos libertamos, mais assumimos a força e a alegria de sermos livres, mais fazendo comunhão com Aquele que nos libertou, mais nos identificamos com Ele.

    Concretamente, que atitudes devemos tomar, como cristãos, isto é, como peixes tirados do mar da maldade, para passarmos a ser, com Ele, como ele e n'Ele, pescadores de homens?


    A primeira atitude é a de ter fé e confiança no Senhor, como bem nos aconselha o Senhor na amável repreensão a Pedro: homem de pouca fé, porque duvidas? A segunda  é de actuarmos com obdiência pronta: à tua palavra lançarei as redes. A terceira é a de sentir-se ao lado do Senhor, na sua presença, atento à sua orientação, o qure nos dá muita segurança e audácia, porque apenas somos seus instrumentos. Ele é que é o autêntico pescador.

    Para conseguirmos ter estas atitudes temos de deixar as nossas seguranças, os nossos critérios, os nossos egoísmos e ambições, o que implica muita violência contra nós mesmos para que não nos deixemos levar pela opinião ou pressão púdblica e não nos impressionarmos com as ameaças, mas, sempre mais, nos moldarmos nas mãos do mestre, ouvindo-O e tomando as suas mesmas atitudes, repetindo o que Ele diz, indiferentes às perseguições e ameaças  porque estamos ao serviço  d'Aquele  que tudo pode e, por isso, sairemos sempre vencedores.

    Jeremias descreve de uma forma dramática a luta consigo mesmo para se conseguir modelar à vontade do Espírito de Deus que o escolheu para falar e actuar em seu nome. A tentação era abandonar a tarefa, mas o amor de Deus gritava mais alto, o Senhor veio  em seu auxílio e o profeta manteve-se fiel e em acção de graças: Seduziste-me, Senhor, e eu não me deixei seduzir"! Tu me dominaste e venceste. Sou objecto  de contínua irrisão, e todos escarnecaram de mim. A palavra do Senhor tornou-se para mim motivo de insultos e escárneos, dia após dia, A mim mesmo dizia: «Não pensarei mele mais! Não falarei mais
em seu nome!» Mas, no meu coração a sua palavra era um fogo devorador, encerrado nos meus ossos. Esforçava-me por contêlo, mas não podia... O Senhor, porém, está comigo, como poderoso guerreiro. Cantai ao Senhor; glorificai o Senhor; porque salvou a vida do pobre da mão dos malfeitores (cf Jr.20,7-13).

    Este drama de Jeremias acontece, em grande ou pequena escala, em todos os que o Senhor escolheu para ser evangelizadores, portanto, em todos os cristãos, tenham a profissão, vocação ou estado de vida que tiverem, Ser cristão de corpo inteiro, implica riscos, provoca incómodos, escárneos e muitas vezes perseguições.

     Também nos nossos dias, como no tempo de Jeremias, a tentação é a de calar-se, não proclamar a palavra de Deus tal como Ele a disse, ou então dizê-la mas de forma adocicada, amputada e até falseada. Mas isso é não ser fiel, é não confiar no mestre, é não ser libertador, é não comprir a pçrópria missão. Temos de ter sempre na boca e no coração o pedido de socorro de Pedro.

    - Salva-me, Senhor! É que sem o amparo do Senhor, não podemos andar por cima das tempestades; sem estar seguros nas suas mãos, seremos mergulhados no mar de todas as ambições e maldades; sem escutar a sua palavra, seguiremos as instruções de outros que nos destroem.

    Oxalá que um número sempre maior de cristãos sigam a fidelidade de Jeremias, mas que, humildemente como Pedro, peçam socorro ao Senhor, se eixem elevar por suas mãos, para depois repetirem com amor, carinho e entusiasmo aquilo que disse o seu mestre. E, depois, todos em coro demos louvores ao Senhor que será sempre o vencedor, mesmo usando instrumentos frágeis, porque ele é o todo poderoso.

Pe. Agostinho Pinto scj

PARA REFLECTIR:

- Prtcuro reproduzir com medo as minhas atitudese palavras, o ensino do Senhor Jesus?
- Porventura estou preocupado com a opinião que outros possam ter de mim por ser fiel aos meus compromissos perante Deus?
- Como Pedro, quando me sinto a ser engoluido pelas ondas da maldade grito pela ajuda do Senhor?
- Tenho a audácia de dar um conselho a quem vejo que está adeswencaminhar-se?
- Louvo e glorifico a Deus pelas maravilhas que Ele vaz através dos seus escolhidos?

ECCE - Boletim Formativo e Informativo (256)

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