29 outubro, 2013

"As emoções como o ódio e o medo diminuem a vida e o valor das pessoas” Papa a Aung San Suu Kyi, uma lutadora pela liberdade e pela paz

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(RV) Foi um cordialíssimo encontro aquele que aconteceu nesta segunda-feira (dia 28) na biblioteca papal entre o Papa Francisco e a líder da oposição birmana Aung San Suu Kyi – referiu o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé - que considerou ter existido uma sintonia fundamental entre os dois protagonistas sobre temas como a cultura do encontro e o diálogo inter-religioso.

Num encontro com os jornalistas, o Padre Lombardi recordou que é conhecida a atenção do Papa Francisco para com a Ásia e o seu desejo de visitar aquele continente. A própria Aung San Suu Kyi, mais tarde numa conferência de imprensa com a Ministra dos Negócios Estrangeiros italiana Emma Bonino referiu-se ao encontro com o Papa dizendo que: “O Santo Padre disse-me que as emoções como o ódio e o medo diminuem a vida e o valor das pessoas”. Esta visita a Roma da Prémio Nobel da Paz inscreve-se num périplo pela Europa em busca de apoio para a mudança democrática no seu país.

Aung San Suu Kyi, de 67 anos, filha de um general birmano protagonista da independência do país, viveu por muito tempo no estrangeiro frequentando as melhores escolas indianas e inglesas e trabalhou em Nova Iorque para as Nações Unidas, onde conheceu o seu marido de quem tem 2 filhos. Tudo se modifica em 1988 quando regressa à Birmânia para ajudar a mãe que estava doente, precisamente na altura em que o general Saw Maung instaurou o regime militar. Aung San Suu Kyi, fortemente influenciada pelos ensinamentos não-violentos de Ghandi, fundou o partido do qual hoje é presidente, a Liga Nacional pela Democracia. Em 1990 a líder da oposição birmanesa venceu as eleições presidenciais, mas os militares anularam as eleições. A partir daí a sua liberdade foi restringida ao ponto de não poder sair do país para estar junto do marido que, doente de cancro, acabou por morrer sem a presença da sua mulher. Só em 2010 foram desenvolvidas algumas reformas com vista a uma democracia liberal e a uma reconciliação nacional. Mais de 200 prisioneiros políticos são libertados incluindo Aung San Suu Kyi que, como líder da oposição, conseguiu um lugar no parlamento em 2012.

Aung San Suu Kyi, transformou-se ao longo dos anos num ícone do empenho não violento, tendo sido Prémio Nobel da Paz em 1991 e também Prémio Sakharov atribuído pelo Parlamento Europeu. O país de Aung San Suu Kyi é o Myanmar (ex-Birmânia), situado no Sudeste Asiático. Com uma população de 50 milhões de pessoas de diferentes etnias a religião predominante é o budismo. Os cristãos são cerca de 7,9% da população. Os católicos são 1,3%, enquanto cerca de três quartos dos cristãos são protestantes. (RS)


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