27 janeiro, 2013

Nada fora de Cristo



Meditação da Palavra de Deus - III Domingo do Tempo Comum
 

Frei Patrício Sciadini 
ROMA, Friday, 25 January 2013 (Zenit.org).
27 de janeiro 2013 – III Domingo do Tempo Comum
Nada fora de Cristo 

Hoje, precisamos de fixar o nosso olhar em Jesus que age em comunhão com o Pai e o Espírito Santo, para eliminarmos o egoísmo e o individualismo, presente em nós. Jesus, em momento algum deixou placa de inauguração das obras que fez, nem foi em busca de reconhecimento, a não ser o reconhecimento constante de que tudo o que Ele faz é em plena comunhão com o Pai. “Eu e o Pai somos um”. Nada pode ser feito fora de Cristo e nada pode ser feito fora do Pai e do Espírito Santo.
Jesus faz parte da nossa história

O Evangelho de hoje é a união de dois textos de Lucas. Os primeiros quatro versículos são tirados do primeiro capítulo do Evangelho. Lucas está preocupado, como também nós, em como falar de Jesus. Como responder a perguntas do tipo: quando veio Jesus ? Como viveu Ele? Ele realmente existiu? São tantas as dúvidas que circulam na nossa cabeça, que ficamos um pouco perdidos. Isto não acontece somente devido aos meios de comunicação, ou porque muitas seitas ou muitas pessoas sentem-se incomodadas por Jesus. Na verdade, isto sempre aconteceu. Lucas, ao escrever ao amigo “imaginário” que ele chama de Teófilo, “amigo de Deus”, alerta-o dizendo que se é verdade que muitos escreveram sobre Jesus, ele também quer escrever, mas de modo distinto. Ele quer pesquisar e estudar sobre tudo o que aconteceu. Sabemos que Lucas não conheceu Jesus pessoalmente, mas pelo anúncio dos apóstolos. Nós também conhecemos a vida de Jesus através do anúncio dos apóstolos. Sentimo-nos felizes de que alguém nos tenha anunciado o Evangelho. Quem foi que pela primeira vez te falou de Jesus? Quem te evangelizou? Pensa nestas pessoas com gratidão e sejas um evangelizador. Não tenhas medo de estudar a Bíblia, anunciar com firmeza e discutir com os que põem em discussão a verdade da vida.

Jesus lê o profeta Isaías

Jesus entra na sinagoga de Nazaré e lê a Escritura sagrada. A maior graça que recebemos é quando somos chamados a fazer a leitura durante as celebrações litúrgicas, porque emprestamos a nossa voz a Deus. Por isso devemos sempre preparar-nos com amor, com consciência e responsabilidade. O que diz o profeta Isaías? Revela que todo profeta é ungido pela força de Deus, é escolhido no meio do povo, é enviado para anunciar a Boa Nova a todos os que sofrem. Ninguém é profeta para si mesmo, mas para anunciar a todos que o tempo do sofrimento terminou, que uma nova vida se inicia e que tudo será novo quando o Evangelho for vivido por todos.

Hoje se cumpriram estas palavras

Somos como Jesus, enviados a anunciar a Boa Nova. Anunciar a quem? Aos cegos, aos coxos, aos pobres, aos pecadores, aos que sofrem o jugo da escravidão. Todos serão libertados por Cristo. É momento de parar um pouco neste Evangelho e fazer a nós mesmos uma pergunta: afinal, quem são hoje os destinatários do anúncio deste texto de Isaías? Não é difícil dar a resposta, mas ela pode amachucar e incomodar. Temos medo de romper as nossas correntes de comodismo, somos cegos e não vemos os que estão ao nosso redor, somos coxos e não corremos para o anúncio, somos escravos e não queremos a liberdade. A autoridade de Jesus não é política, nem se fundamenta no poder ou no dinheiro. A autoridade de Jesus lhe vem porque Ele é o Filho bem-amado, que faz somente a vontade do Pai, que está no céu. Como anunciamos o Evangelho? Será que acolhemos somente as pessoas que já estão evangelizadas? Não será o caso de partir para novos destinatários, buscar todos os que estão incapazes de escutar Jesus? Mas não nos  esqueçamos, de que para libertar os outros, necessitamos nós mesmos de sermos livres.

Frei Patrício Sciadini, ocd.

*Meditação a cura de Frei Patrício Sciadini, ocd, da liturgia diária Pão da Vida, gentilmente cedida pelas Edições Shalom. Maiores informações:www.edicoesshalom.com.br

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