27 junho, 2012

Bento XVI - Audiência Geral

Sala Paulo VI

Quarta-feira, 27 de Junho de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

Na oração, abrimos a mente, o coração e a vontade ao Espírito Santo, para fazer entrar a nossa existência na mesma dinâmica de amor que viveu Jesus. Sendo Deus, despojou-Se da sua glória, para Se fazer homem como nós e, assim, nos elevar até Deus. Esta epopeia de amor é celebrada num dos hinos mais antigos da tradição cristã: o chamado «hino cristológico», que São Paulo nos deixou com esta exortação: «Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus». Foi pela sua amorosa obediência à vontade do Pai até à suprema humilhação da Cruz, que «Deus O exaltou e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes»: Jesus é Senhor. A sua encarnação e a sua cruz recordam-nos que a plena realização está na conformação da própria vontade humana com a do Pai do Céu. Para isso é necessário adoptar uma escala de valores, cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria vida.
* * *
Amados peregrinos de Teresina e de São João da Madeira e todos os presentes de língua portuguesa, a minha saudação amiga! Possa esta vossa vinda a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-Lo! Sabei que Deus Se deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção.

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26 junho, 2012

O meu encontrto pessoal com Deus: Pai, Filho e Espírito Santo


ASSEMBLEIA DO XXXII ANIVERSÁRIO
DO R.C.C. EM PORTUGAL
Síntese dos Ensinamentos da referida Assembleia

Introdução:
O MEU ENCONTRO COM DEUS.. 

1 - O que é que viemos fazer a esta Assembleia do R.C.C.?

As respostas podem ser muitas. Creio, porém, que a primeira atitude a tomar deve ser o desejo de um encontro pessoal com o “meu Deus”, com o meu Pai”, com o “meu querido Irmão Jesus”, com o “Espírito Santo”, que habita em mim como um templo, que faz de mim um Sacrário vivente de Deus.
«Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? … O templo de Deus, que sois vós, é santo» (1 Cor. 3, 16-17).
Estamos pois aqui para tomar consciência daquilo que nós realmente somos, a partir da reflexão sobre a Palavra de Deus.

2 - Lc. 3, 21-22: O Baptismo de Jesus e o meu baptismo:

Jesus encontrava-se imerso em profunda oração, na contemplação do amor infinito do Pai, quando os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre Ele. Escuta, então, no mais profundo do seu coração, a declaração amorosa do Pai: “Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus o Meu enlevo”.
Eis aí uma atitude fundamental a tomar durante estas assembleias: deixar-nos possuir pelo Espírito de Jesus, para que, juntamente com Ele, mergulhemos nesse oceano imenso do amor do Pai, que quer repetir a cada um e cada uma de nós aquilo que disse ao Seu Filho Primogénito, no dia do Seu Baptismo e que também nos disse a nós no dia do nosso baptismo: “Tu és o meu filho muito amado, a minha filha muito amada, em ti pus o meu enlevo”.
Perante esta declaração de amor, cada um e cada uma, de nós pode dizer:
- sou um filho ou uma filha de Deus, muito amado/amada pelo meu Pai.
- Sou um irmão ou irmã de Jesus, por quem Ele já deu a vida.
- Sou um templo vivente do Espírito santo, que habita em mim.

3 - Lc. 28-36: A transfiguração de Jesus

S. Lucas apresenta-nos um outro momento determinante na vida de Jesus, que põe em evidência a intensidade do amor que O levava a mergulhar em Deus até ser totalmente transformado (transfigurado) por ele. Também aqui, Jesus entra em profunda oração, juntamente com os seus discípulos, até que todos ficam transfigurados. Esta é outra atitude coerente a tomar durante esta assembleia: deixar que o Espírito de Cristo nos transforme. Até assumir a Sua própria forma, tornando-nos, de novo, capazes de ouvir as palavras do Pai, acolher a sua Palavra de vida, é o caminho certo para realizar a Sua própria vontade e chegar com Ele à casa do Pai.

4 - Lc. 22, 39-46: Agonia de Jesus no Getsemani

Mais uma vez, Jesus nos dá o exemplo da força da oração, naquele encontro indescritível com o Pai, que o preparou para assumir a Sua Paixão e Morte. Se queremos ter a coragem de Cristo, para dizer ao Pai: “seja feita a Tua vontade e não a minha”, precisamos, como Ele de ficar longamente em oração.


I – O PERDÃO E A CURA

1º. - JESUS PERDOA E CURA, Lc. 5,17-26

Este texto de Lucas põe em evidência a actividade terapêutica de Jesus:

1. Jesus está a ensinar. O ministério da cura exige, como primeiro passo, a evangelização do doente, para o preparar ao encontro com Cristo.
2.   O poder do Senhor levava-O a realizar curas. É o poder do senhor e não nós que cura o doente.
3.   Uns homens traziam um paralítico. É preciso apresentar os doentes a Jesus, para que Ele os cure. O doente também se deve deixar conduzir por Jesus.
4.    «Vendo Jesus a fé deles…» disse ao paralítico:
5.   «Os teus pecados são perdoados». Antes duma cura física, Jesus começa pela cura espiritual – perdão dos pecados. Jesus quer libertar-me de tudo do que me “paralisa” na minha relação com Deus, com os outros, com a natureza e comigo mesmo.
6.  Jesus cura fisicamente, para confirmar o Seu poder de perdoar os pecados: “Levanta-te, toma o teu catre e vai para a tua casa”. A marca que era sinal de paralisia, pode ser usada pelo próprio, para levar os outros para Jesus, para que Ele os cure. Ele que utilizar a nossa experiência de queda, para sermos mais tolerantes, para os que vemos cair.
7.    O testemunho, a glorificação de Deus, pela cura exercida por Jesus, é uma condição indispensável para garantir a continuidade da cura, e também um meio eficaz para sermos instrumentos nas Suas mãos para perdoar e curar.
8.    Jesus cura interiormente:
- Do medo das forças naturais: Acalmou a tempestade: Mt. 8, 23-27.
  Do medo dos judeus: Mt. 20, 19; Jo. 3, 1-21
- Do ódio: Jo. 4, 1-42: Samaritana e Samaritanos
- Dos rancores: Lc. 22, 61-62 (Pedro depois das negações de Jesus)
- Do apego ao dinheiro: Lc. 19, 1-10 (Zaqueu)
- Jesus apresentou-se com um programa de libertação integral: Lc. 4, 16-19.

2.º - O PERDÃO, CONDIÇÃO PARA SER CURADO:

1 - O perdão cura as feridas causadas pelo pecado:
Salmo 103, 3: “Ele perdoa as tuas culpas e sara as tuas enfermidades”.
2 - Lc. 7, 36-50: Jesus perdoa para restituir a dignidade às pessoas humanas:
Jesus reintegra na comunidade uma prostituta rejeitada por todos, declarando-lhe: «Os teus pecados estão perdoados […]. Salvou-te a tua fé. Vai em paz»
3 - Mt. 5, 23-24: Jesus ensina a perdoar:
«Se fores apresentar a tua oferta diante do altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão».
4 - Mt. 18, 21-35: Perdoar do fundo do coração:
Quantas vezes? – Sete? – Não! Setenta vezes sete! Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes te pedir perdão, perdoar-lhe-ás: Lc. 17, 3-4.
5 - Mc. 11, 24-26: 
«Quando vos puseres de pé para orar, se tiveres alguma coisa contra alguém, perdoai-lhes primeiro, para que o vosso Pai, que está no Céu vos perdoe também os vossos pecados».


II – OS SACRAMENTOS DA CURA

1º. - O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

1 - Deus criou-nos à sua imagem e semelhança: Gen. 1, 26-28

- Para uma relação filial com Ele,
- Para uma relação de amizade fraterna entre nós,
- Para uma relação harmoniosa com todas as criaturas,
- Para uma relação de harmonia interior consigo mesmo, na alegria e paz interior.

2 - O pecado destroi a dignidade da pessoa humana: Gen. 3, 1-15:

Estabelecendo uma ruptura da pessoa:

- Consigo mesmo
- Com os outros
- com as criaturas
- Com Deus.

3 - Jesus instituiu o Sacramento da Reconciliação:

- Jo. 20, 21-23: «Recebei o Espírito Santo. Àquele a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão retidos»

- Rom. 5, 1-11: “Quando ainda éramos fracos, é que a seu tempo Cristo morreu pelos ímpios (…) Sendo nós inimigos, fomos reconciliados com Deus, mediante a morte do Seu Filho…” (cf. Rom. 3, 23-25).

- Ef. 2, 13-22: “Ele é a nossa paz! Destruindo o mundo da inimizade que nos separa, (…) fez dos dois um só homem novo, estabelecendo a paz e reconciliando com Deus, pela Cruz, uns e outros num só Corpo, […] para vos tornardes, no Espírito Santo, Habitação de Deus”.

- 2 Cor. 5, 17-21: “Se alguém está em Cristo é uma nova criação. Passou o que era velho, eis que tudo se fez novo e nos confiou o ministério da Reconciliação.

4 - O Sacramento da Reconciliação restitui a dignidade à pessoa humana

1.   Reconciliação – Trinitária: Com o Pai, com o filho, com o Espírito Santo.
2.   Reconciliação Comunitária: Elimina as divisões existentes entre as pessoas.
3.   Reconciliação com todas as criaturas: amar as criaturas sem conflitos com elas.
4.  Reconciliação pessoal: Estando em paz com Deus, com os outros e com as criaturas, é possível viver em paz consigo mesmo e com harmonia interior.

- 1 Tim. 1, 12-17: Testemunho pessoal de S. Paulo. «Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores dos quais sou eu o primeiro. Por isso, alcancei misericórdia. Para que servisse de exemplo àqueles que haviam de crer n’Ele para a vida eterna».

5 - Prática da confissão: três momentos essenciais:

1. Confissão de louvor: Na presença do Confessor, dou graça a Deus por todas as maravilhas que Ele tem operado na minha vida, através deste sacramento.
2.  Confissão da vida: Apresentar a Deus, através do Confessor, as situações da vida em angústia, tristeza, revolta, ódio, ciúmes, invejas, etc.
3. Confissão dos pecados: Confessar os pecados, isto é, os actos concretos que cometemos, para receber a absolvição e, consequentemente, restabelecer a reconciliação com Deus, com os outros, connosco mesmos e com as criaturas.

6 - Frutos do Sacramento da Reconciliação:

1. O perdão dos pecados;
2. O dom do Espírito Santo;
3. A cura interior e muitas vezes a cura física das nossas doenças;
4. A paz e alegria interior.


2.º - A Unção dos Doentes

   1  - É um meio eficaz para a cura física, psíquica e espiritual

- Mc. 6, 13: S. Marco mostra-nos o uso habitual da União dos Doentes, em Roma quando ele escreveu o seu Evangelho, para a cura física.

-Tiago 5, 13-16: Quando S. Tiago escreveu a sua carta, a unção dos doentes, era habitual em Jerusalém, por dois motivos:

·      Perdoar os pecados
·      Curar o doente


III – CURAR O QUE ESTÁ DOENTE

A pessoa humana é um ser muito complexo. Antes de pedir a cura, é preciso discernir donde vem o mal que afligir a pessoa. É um mal físico, psíquico, espiritual? É um mal que provém das relações humanas?

1.º - DISCERNIR A CAUSA DO MAL, PARA PODER PEDIR A CURA DESSE MAL

1.  Doença física: Pedir a cura do órgão que está doente.

- Órgãos referentes ao dinamismo: órgãos motores, capacidade de trabalho, de movimento, de acção: pernas, mãos, articulações, ossos, etc.
- Órgãos referentes ao sistema vegetativo: coração, pulmões, esófago, estômago, intestinos, fígado, rins, vesícula, bexiga…
- Órgãos genitais: útero, ouvidos, trompas, pavilhões, mamas, próstata, testículos, pénis…
- Órgãos dos sentidos: ouvidos, olhos, nariz (olfacto), paladar, tacto.

2. Doença psíquica: Afectividade ferida, ódios, rancores, ciúmes… depressão nervosa, esgotamento, problemas a nível do sistema nervoso, do cérebro…, traumas de infância; incapacidade de raciocinar, sem força de vontade; deficiências intelectuais.
É bom conhecer a posição do psicólogo ou do psiquiatra.

3.  Doença espiritual: Quando existe uma ligação directas ou indirecta com o pecado, é preciso recomendar ao paciente o Sacramento da reconciliação. Condição muitas vezes indispensável para uma verdadeira cura do seu “ser profundo”.

4.  Doença relacional: Uma ruptura de relações harmoniosas com Deus, com a sociedade, com a Natureza ou consigo mesmo. Nestes casos, é preciso ajudar o doente a restabelecer uma sã relação com a parte em causa.

5.  Rocha do Ser – Eu profundo – Id.: Mal estar que se sente a nível da boca do estômago, quando a pessoa experimenta uma sensação muito forte de medo, de alegria, de angústia, tristeza, de ódio, desejo de vingança… e que provoca mal estar físico, dificuldade de fazer a digestão, mau humor, etc.

6. SENSIBILIDADE: A sensibilidade ferida (capacidade que nos faz sentir a realidade circunstante) pode ser a causa de muitos males físicos, psíquicos e espirituais.


 2.º. JESUS CONVIDA-NOS A FAZER O QUE ELE FEZ

1 - Acreditar naquilo que Ele nos disse

- Jo. 14, 6: “Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por Mim”;
- Mc. 11, 12-14, 20-26: “Tudo quanto pedirdes na oração crede que já recebeste e haveis de obtê-lo”;
- Lc. 17, 5-6: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: arranca-te daí e planta-te no mar, e ela havia de obedecer-vos”;
- Lc. 10, 1-16: “O Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois. À sua frente a todas as cidades e lugares onde Ele havia de ir […]. Em qualquer cidade onde entrardes e vos receberem […]. Curai os, doentes que nela houver e dizei a todos: o Reino de Deus está perto de vós”.
- Jo, 15, 7-8: “Se permanecerdes em Mim e as Minhas palavras permanecerei em vós, pedi o que quiserdes, e assim vos acontecerá”.
- Mc 16, 15-20: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura… Aqueles que acreditarem, em meu Nome…, imporão as mãos aos doentes e eles ficarão curados”.

2 - Jesus impunha as mãos:

- Mc. 6, 5: “Curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos”;
- Mc. 7, 32: “Trouxeram-lhe um surdo-mudo e rogaram-lhe que impusesse as suas mãos sobre ele”;
- Mc. 8, 23-25: “Jesus impôs-lhe as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente”;
- Mt. 9, 18: “Minha filha acaba de morrer, Mas vem impor-lhe a tua mão ela viverá.”

3 - Motivos para impor as mãos:

- Act. 3, 6-7; Cura física: “Em nome de Jesus cristo Nazareno, levanta-te e caminha. E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o”
- Act. 6, 1-7: Conferir o ministério, para o bem da comunidade: “(Os sete diáconos) foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos”.
- Act. 8, 17 Para infusão do Espírito Santo: “ Pedro e João iam, então, impondo as mãos sobre eles, e recebiam o Espírito Santo”;
- Act. 9, 17: “Ananias impôs as mãos a Paulo e ele ficou cheio do Espírito Santo”;
- Act. 19-6: Tendo-lhes Paulo imposto as mãos, o Espírito santo desceu sobre eles, e começaram a falar línguas e a profetizar”;
- Act. 13, 1-4: Para o envio em missão: “Depois de terem orado e jejuado, impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos partir”.
- 1 Tim. 4, 14: Sucessão Apostólica: “Não descuides o carisma que está em ti, e que te foi dado através duma profecia, e pela imposição das minhas mãos”.


IV – CURA E LIBERTAÇÃO


1 - Carisma das Curas

É uma manifestação do Espírito (1Cor. 12, 9) que produz uma cura física, psíquica, moral ou espiritual, ou um melhoramento sensível do doente através duma intervenção de Deus. Foi muito usado por Cristo e pelos apóstolos, ju8ntamente com o dom dos milagres: “Aquele que acredita em Mim, fará também as obras que Eu faço, e fará obras maiores do que estas, porque vou para o meu pai” (Jo 14, 12-14)-.


2 - O Carisma dos milagres

Este carisma (1 Cor. 12,10), distingue-se do dom das curas, indicando factos extraordinários que dizem respeito à transformação da matéria física. Jesus deu este poder aos discípulos relacionando-o com a pregação (Mc 16, 16-20).


3 - Libertação do poder diabólico


   1.    Jesus tinha poder para expulsar o demónio

- Mc. 1, 22-27: “Cala-te e sai desse homem”.

   2.    Jesus conferiu o poder de expulsar os demónios

- Mt. 10, 1.8 “Deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros […] Expulsai os demónios”,
-  Mc. 16, 17: “Em meu nome expulsarão os demónios”.

   3.    Quando existe a possessão diabólica é preciso recorrer ao exorcismo.

- Mc. 6, 7: “Expulsavam numerosos demónios”.

   4.    Libertação dos malfeitores

- Libertação dos malfeitores;
- Libertação de certas tendências para o mal;
- Males causados por Pessoas ligadas ao diabo: magia negra, necromância, espiritismo, macumbas, cartomância…
- A Bíblia proíbe os recursos às práticas mágicas: Deut. 18, 10-12;
- Lev. 19,31; 20,26-27; Ex. 22,17, Act. 19,11-20.
- Libertação de traumas que a pessoa traz consigo, às vezes, desde o seio materno.

4 - Exortação e Consolação:

Rom. 12, 8: “Quem tem o dom de exortar, que o use na exortação”.
Ligado ao carisma da cura interior, o carisma da exortação e da consolação exerce um grande poder sobre as pessoas traumatizadas, angustiadas, tristes… Muitas vezes basta uma palavra amiga para modificar uma vida. Este carisma está também ligado ao Carisma do conselho e da sabedoria, que dá às pessoas uma palavra justa no momento justo.


Condições requeridas a quem intercede pelos doentes:

1.º Estar impregnada do amor e da compaixão de Jesus pelo doente;

2.º Ser uma pessoa de oração, de comunhão e confissão frequentes;

3.º Reconhecer que quem cura é Jesus e louvá-Lo por isso.

Texto digitalizado a partir da revista PNEUMA - 2006

PALAVRAS ESCRITAS



Nasce assim, de repente, uma vontade de escrever palavras e mais palavras, sobre Ti, sobre o Teu amor, sobre o que experimento e vivo, porque Te sinto comigo, porque Te sei connosco.

E nada tenho para escrever, nem uma ideia, nem um sentimento, nem uma oração, mas apenas e tão só desejo de escrever, desejo de Te escrever.
E lanço palavras à folha branca que se dá a conhecer aos meus olhos, e deixo que as palavras saiam, quase se escrevam por elas próprias.

Sabes, Senhor, é quase um sentir que Tu escreves por mim aquilo que Te hei-de escrever!
E então apetece-me ter palavras, maiores do que a minha vida, porque para te dizer sim, é preciso muito mais, do que esta vida em mim.

Sim, Senhor, se esta vida pequena que tenho e usufruo, não for cheia do amor que vem de Ti e em mim mora, como poderia eu sequer, ousar escrever o Teu Nome, ou levantar os olhos, para Te olhar nas palavras que vais escrevendo em mim.

Amo-Te?
É tão pouco, são tão curtas as palavras, e ainda por cima repetimo-las tantas vezes, e às vezes tão rotineiramente!

Adoro-Te?
Mas será que Te adoro verdadeiramente, «em espírito e verdade», ou são apenas palavras que me saem da boca, do pensamento, mas não estão enraizadas no coração?

E o que é adorar-Te?
É reconhecer-te Senhor da minha vida, Senhor de tudo, Senhor do amor, da paz e da verdade?
É prostrar-me de cara no chão, não com medo ou vergonha, mas reconhecendo-me nada para Te poder olhar?
É dizer-Te que sou Teu, e apenas Teu, e será isso verdade em mim?

Vês, Senhor, eu escrevo porque Tu me fazes escrever, mas são tantas as dúvidas do que o que escrevo seja verdade!
Não, Senhor, não tenho dúvidas que estás comigo, que estás connosco e entre nós, que és o nosso Deus e Senhor!
Não, Senhor, essas dúvidas não tenho!

As minhas dúvidas, Senhor, são a minha resposta ao Teu amor, a minha entrega à Tua entrega, o dar a minha vida à Tua vida!
São essas as minhas dúvidas!

Mas Tu és a misericórdia, és o perdão, és o tudo do meu nada, não é verdade, Senhor?
Conheces as minhas dúvidas, porque conheces as minhas limitações, porque sabes das minhas fraquezas.

Então, Senhor, posso descansar no Teu amor, porque Te sei junto a mim, sorrindo, olhando-me como a uma criança que quer muito agradar, mas ainda não sabe como.

E dizes-me muito baixinho, repassado de ternura: Pára agora de escrever, descansa agora as palavras, e ama, apenas ama, assim de coração aberto, onde Me vais encontrar.

Obrigado, Senhor!

Monte Real, 26 de Junho de 2012
Joaquim Mexia Alves