09 agosto, 2011

ORAÇÃO

Sabes, Senhor, eu tento!
Eu oro, (é verdade, Senhor, às vezes mais com a boca do que com o coração), eu medito, eu entrego-me nas tuas mãos, mas eu caio!
Sim, Senhor, eu sei que me levanto porque Tu me dás forças para me levantar, mas caio, Senhor, tantas vezes!
Eu sei, Senhor, que sou fraco, mas julgava eu que aproximando-me cada vez mais de Ti, menos cairia, menos fraco seria, mais perfeito seria.
Mas a verdade, Senhor, é que todos os dias descubro “novos” defeitos em mim, todos os dias encontro ocasiões de cair, todos os dias me sinto, apesar da luta, mais fraco, perante a minha fraqueza.
Sim, Senhor, eu quero acreditar que és Tu que vais moldando o barro duro e quebradiço que eu sou, e que por causa do meu modo de ser, tantas vezes não consegues fazer a obra que queres fazer em mim, porque endureço e me quebro nas Tuas mãos.
Quero pensar, acreditar, que quanto mais fraco me sinto, mais deixo que Tu estejas em mim, porque se assim não fosse, já tinha soçobrado.
Mas o orgulho, Senhor!
O orgulho de querer mostrar aos outros que já sou um discípulo “perfeito”!
Não é esse, Senhor, pois não, o testemunho que queres de mim?
Queres-me fraco, humilde, entregue, para que reflicta muito mais o Teu querer, do que o meu ser.
E olhas para mim, com esse Teu olhar tão doce, que me sinto um pobre Pedro, (mas eu, empedernido), que nunca deixo de Te negar em tantos momentos da vida.
Pois, Senhor, eu sei que o Teu amor é infinitamente maior do que as minhas negações, do que a minha dureza, do que a minha fraqueza, mas como encontro eu essa entrega incondicional, de me saber fraco, para que Tu sejas a força em mim?
Encontro-te no degrau que subo, e encontro-te nos degraus que desço, porque quando desço degraus, és Tu que me dás a mão, para voltar a subir.
E no entanto, Senhor, tanto caminho que já fizemos juntos!
Desta rocha dura e seca que eu sou, quanta água já tiraste Tu?
Nem me deixas perceber quanta, para que não me orgulhe, para que não me julgue alguma fonte, quando afinal sou apenas vasilha que leva a água que Tu me dás.
Foi bom falar contigo, Senhor!
Não me sinto mais forte, mas ainda mais fraco do que quando comecei esta conversa.
Mas isso é bom, não é, Senhor?
É que se estou mais fraco no que me julgo, Tu estás mais forte no meu ser, e se Tu assim estás em mim, o que hei-de eu temer, Senhor?
Amen, seja feita a Tua vontade, Senhor.
Joaquim Mexia Alves

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