07 julho, 2011

O que espera a Igreja dos Núcleos dos grupos de oração

Apesar deste tema ter sido publicado em Novembro de 2008 (no Labat n.º 88), entendemos não ser demais recordá-lo, porque o seu conteúdo continua a ser importante e esclarecedor:

Durante este ano, uma das prioridades da Equipa de Serviço Diocesano de Lisboa do Renovamento Carismático Católico prende-se com o discernimento dos núcleos de muitos dos grupos de oração da nossa Diocese. Mas o que se espera de um líder do grupo de oração? Como fazer para não ser impedimento à escolha e à vontade de Deus para o meu grupo de oração? Haverá pessoas ideias para este serviço?
A liderança de um grupo de oração é um serviço e não um título de glória. Ninguém espere recolher lucros da sua liderança. O líder do grupo de oração é o seu primeiro servidor, o que vai à frente dos irmãos para indicar o caminho de Deus, o primeiro a escutar a vontade de Deus e a procurar que ela seja cumprida. Como escolher então o líder do grupo de oração e o núcleo?
As semanas que antecedem o discernimento do núcleo são muito importantes para todo este percurso. O discernimento de núcleo não é um simples acto eleitoral - trata-se de perscrutar os desígnios de Deus para a nossa pequena comunidade. Para isso é essencial crescer na intimidade com o Senhor para O poder escutar. É fundamental rezar pelos irmãos, fazer jejum e pedir a Deus o dom do discernimento.
É Deus que escolhe o líder e, para isso, é fundamental sintonizarmo-nos com Ele para não sermos impedimento à graça do Espírito Santo. Não escolhemos o mais notável mas o mais disponível; não escolhemos o mais eloquente, mas o mais humilde; não escolhemos o mais poderoso, mas aquele que tem disponibilidade para se fazer tudo para todos, como afirma S. Paulo: "Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para dele me tornar participante". (1Cor 9, 22-23)
Por vezes corremos esta tentação de escolher aqueles que, aos olhos do mundo, são mais capazes ou conformes. Mas não é esse o desígnio de Deus. Olhai para a história dos profetas - Deus não chama os mais notáveis, mas os mais disponíveis para a missão; Deus chama o servo manso e obediente que não coloca entraves ao seu projecto de salvação. Porque muitas vezes nos deixamos influenciar por esses critérios mundanos e não pelos critérios do Espírito Santo.
Surgem por vezes, algumas contrariedades. O grupo de oração atrofia, a vida de Deus não corre entre nós, o grupo de oração não nos conduz ao Deus verdadeiro e deparamo-nos com encruzilhadas estéreis que não favorecem o projecto de Deus para nós e para o nosso grupo de oração.
 Qual é então, para concluir, o perfil do líder e dos restantes membros do núcleo do grupo de oração?
Devem, antes de mais, ser pequeninos diante da majestade de Deus, homens e mulheres capazes de desempenhar uma missão em nome do Senhor e não no seu próprio nome. Homens e mulheres orantes, que cultivam diariamente a intimidade com o Senhor através da oração e da escuta da Palavra. Homens e mulheres disponíveis para o serviço do irmão. Homens e mulheres disponíveis para se despreocuparem consigo mesmos para se preocuparem com os outros, prontos a sacrificarem-se para serem, ao mesmo tempo, atento e esperança para os outros.
E é o Senhor que dá forças para cumprir esta missão, para conduzir este carro de fogo. Escolhei por isso, de acordo com a vontade de Deus, servos disponíveis e humildes, prontos a servir a Igreja com humildade e sabedoria.
Pe. Bruno Machado
Assistente Diocesano

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