13 maio, 2010

Cristo Rei - 20 de Abril de 2010

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 P. Raniero Cantalamessa
(Excertos)

O Padre Raniero Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia e participante do Renovamento Carismático, esteve em Portugal a convite do Renovamento para uma série de conferências, tendo uma delas acontecido no Santuário de Cristo Rei.
Com a sua simplicidade mostrou-nos que a força do Renovamento é ter sempre viva a chama de Pentecostes. É preciso estarmos atentos aos sinais que o Senhor nos envia e termos a consciência de que o Pentecostes acontece em 6 palavras: Todos ficaram cheios do Espírito Santo.
E estas palavras significam que todos ficaram cheios do amor de Deus. Os apóstolos ficaram extasiados de serem amados por Deus, porque a experiência de Pentecostes é descobrir que são amados por Deus.
É este amor de Deus que transforma, que renova as pessoas e, quando vem desta maneira, tende a transformar todos os componentes da vida de cada um: o matrimónio, a amizade, o trabalho, a paróquia, o grupo de oração. Porque quando o Espírito Santo entra numa pessoa, Ele difunde-se através dessa pessoa para os outros.
E como devemos reagir ao anúncio do Pentecostes?
A primeira resposta que damos é que se Deus me amou tanto, também eu devo amá-lO. Mas João diz-nos que a primeira resposta deverá ser: Deus amou-nos tanto, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
É por isso que temos de olhar a nossa a vida à luz do amor de Deus, porque como diz S. Paulo: nada nos pode separar do amor de Deus. Deus, o criador de tudo, está por nós. Quem estará contra nós.
Por isso precisamos de olhar a nossa vida e ver o que não nos deixa ser feliz, o que não aceitamos em nós próprios, as coisas do nosso passado, o que precisa de ser curado e libertado. Mas olhar todas estas coisas à luz do amor de Deus. E então tudo se torna mais pequeno.
O Pentecostes vem também trazer-nos uma actualização do antigo Pentecostes, aquele que os Judeus celebram como a festa do Torá.
Temos o antigo Pentecostes que é a Lei exterior que nos mostra os castigos para as nossas acções e temos o novo Pentecostes, o do Espírito Santo, que nos trás, a nós cristãos, a lei interior. Que nos leva a fazermos as coisas não por medo ou constrangimento, mas por atracção, por amor.
Hoje temos que dialogar com outras religiões, mas temos que saber qual é a nossa identidade.
O cristianismo não é a religião da lei, mas a religião da graça.
O cristianismo não começa por dizer ao homem o que deve fazer, mas o que Deus fez pelo homem.
É esta graça que nos é dada, que nos faz fazer o que Deus nos pede, porque o cristianismo não é uma doutrina, é uma pessoa, Jesus Cristo.

Labat n.º 104 de Maio de 2010

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