15 abril, 2010

Retiro Anual Diocesanao - 2010

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Não desprezeis, Senhor, um espírito humilde e contrito (SL 50, 19)



 ORADOR







Pe. Bruno Machado
Assistente Diocesano
do RCC da Diocese de Lisboa



 Para ouvir na íntegra o Orador, clique na frase abaixo:


 1.º ensinamento
Tópicos para reflexão - síntese
(Pe. Bruno Machado) 


Salmo 51 “Um coração humilhado e contrito”.
David é cada um de nós. Também fomos escolhidos e trocamos Deus por coisa pouca. David era um homem piedoso, um santo. Um santo não é perfeito, mas é o que reconhece o dom de Deus e vai ao seu encontro. Renova e dá firmeza ao meu Espírito. É isto que precisamos pedir.


Lucas 15, 11-32 – O Filho Pródigo
Nesta história está a história do nosso pecado (…).
O filho mais novo é o que quer tudo para si, arrecada tudo para si.
E o pecado consiste em estar sempre voltado para aquilo que eu quero, num permanente olhar para mim. E quando assim é partimos para uma terra longínqua, afastamo-nos dos outros, da comunidade.
Esbanja tudo consigo (…), como nós que fazemos tudo para satisfazer os nossos desejos. Atrás de uma bagatela, vem outra. Estamos sempre desejosos de estar descansadinhos. Há sempre o desejo de mais.
Somos este filho mais novo, tentados a viver entregues às nossas próprias forças.
E aonde tudo isto leva o filho mais novo? Até ao mais baixo do baixo, entregue aos porcos, atormentado ao mais fundo da sua dignidade (…).
O pecado fecha-nos em nós mesmos, deixa-nos atormentados. Hoje em dia vendem-se mais anti-depressivos (…) porque as pessoas se afastaram de Deus.
O pecado afasta-nos da alegria e da esperança, que só Deus as pode dar.
O pecado é muito aliciante e nos chama a guardar tudo para nós e vivemos vazios (…) e, só nos damos conta disso, quando chegamos a uma provação. E isso não nos dá felicidade, nem vida. E é aí, que nós damos conta, porque a Palavra de Deus é verdadeira. O Senhor que fez o céu e a terra não precisa de nada nosso, nem do nosso tempo, nem do nosso dinheiro.
Como diz Santa Teresa “quem tem Deus, tem tudo e coisas que nunca imaginou ter”. Mas vivemos fechados como a ostra que esconde a pérola.
E quando se dá conta do pecado, o que o filho mais novo faz é levantar-se e ir ter com o Pai (…). Quando reconhecemos, levantamos o coração e reconhecemos as nossas faltas e vamos ao encontro do Senhor que se antecipa.
É muito difícil reconhecer a miséria, porque olhamos para nós e achamos que tudo é bom, mas não é bem assim (…). Contudo Deus é misericordioso e quer dar-nos tudo, esbanjar a sua misericórdia connosco. Por isso nos convida a termos este coração contrito e humilhado.
Deus não nos quer mortos, mas para isso é preciso uma dor da alma. O verbo utilizado, levantou-se, é correspondente à ressurreição. Deus sofre connosco porque nos vê cansados, humilhados e por isso corre para nós. Veste-nos uma veste nova. Cobre-nos de beijos e calça-nos as sandálias.
E o Pai não tem uma palavra de repreensão, mas de amor, de ternura e alegra-se com a presença do filho.
Jesus morreu e deu a vida na cruz para nos dar a oportunidade de nos amar, Deus veio para nos libertar.
Deus está aqui porque se quer alegrar com a nossa conversão.
É necessário baixar as armaduras. O Senhor conhece-nos e por isso não temos de esconder nada. Os retiros também servem para estarmos a sós com Deus. Temos hoje muito medo da morte, porque só estamos nós e Deus. Por isso é importante que façamos esta experiência enquanto estamos vivos.
O filho mais velho é aquele que tem o coração duro, que está pertinho de Deus, mas nunca conheceu o dom de Deus (…).
Deus tira o bem do mal. Deus não é uma ideia, uma poeira cósmica, mas é uma pessoa próxima que nos quer dar a vida (…).
Quando adoramos o Senhor deixemos que o olhar de Deus nos toque, nos encontre.
Estar a sós, eu e Deus.
Perceber que Deus está por nós, onde é que Deus quer falar, quer trabalhar.
Deixar que Deus nos dê uma Palavra.
Estar de coração a coração. Não há nada a dizer está tudo dito (…).
Jesus não se escandaliza com o nosso pecado, mas senta-se à mesa connosco em cada Eucaristia.

Síntese do 2.º ensinamento
(Pe. Bruno Machado) 


“Não desprezeis Senhor um coração contrito e humilhado” – tema do Retiro que foi desenvolvido em 3 ensinamentos: um, na sexta-feira, baseado em Lc 15, 11-32 sobre a parábola do Filho Pródigo; o segundo, no sábado, a partir da palavra do Evangelho de Mc 12, 28-34; e o terceiro, testemunhar a misericórdia de Deus.
Nesta edição do Labat apresentamos uma síntese do segundo ensinamento.

Ensinamento de sábado

(…) A Palavra que o Senhor nos dirige esta manhã é tirada do evangelho de S. Marcos 12, 28-34.
A pergunta do escriba que se aproxima de Jesus é bem-intencionada, porque no tempo de Jesus era dado um grande valor a um grande número de preceitos e tradições. Havia uma certa confusão sobre qual deles seria o maior que deveríamos agarrar para sermos fiéis a Jesus.
Estes mandamentos e preceitos, alguns deles encontram-se no livro do Levítico; outros são da tradição do talmude dos rabinos. São muitas tradições acumuladas, transmitidas ao longo dos tempos, para preservar a identidade do povo de Israel e da identidade judaica.

E diante desta pergunta: “Mestre qual é o maior de todos os mandamentos da lei?” Jesus não faz referência ao decálogo, aos mandamentos que Deus deu a Moisés lá no monte.
Jesus remonta à tradição dos pais e responde-lhe com o Shemá Israel, o Senhor é o único Deus, amarás o Senhor teu Deus com toda a tua alma, com todas as tuas forças. Faz isto e serás feliz”.

Este texto do Shemá é muito importante para nós, é a oração privilegiada do povo de Israel e é por isso, também a oração privilegiada de Jesus. Jesus, como todos os israelitas, reza o shemá 3 vezes ao dia (…).
Este famoso Shemá é chamado o credo histórico de Israel, porque encerra esta profissão de fé: o Senhor é o único Deus, não há outro Deus para além do Senhor.
Jesus, nosso Senhor, assume estas palavras como o fundamento da sua relação com o Pai, como o fundamento da sua relação com Deus.
Jesus assume para si estas palavras do Shemá e por isso nós que somos os discípulos de Jesus, que somos os outros cristos, havemos de ter também estas palavras como fundamento da nossa relação com o Pai.
Escuta Israel é a primeira atitude do crente, diante de Deus nós somos todos ouvidos e não língua, escuta Israel, escuta o que o Senhor tem para ti, o que o Senhor diz à tua vida (…).

Escuta, escuta Israel. Faz do teu coração um coração que ouve, um coração que perscruta aquilo que sai da boca de Deus.
Então um coração crente é um coração aberto à novidade de Deus, é um coração que não se escuta a si mesmo, mas que escuta a palavra de Deus.
Olhai, muitas vezes nas orações escutamo-nos a nós mesmo e dizemos muitas palavras, muitas coisas, de tal forma que às vezes até nos esquecemos que estamos a falar com Deus.

Um coração que escuta a Palavra não escuta uma Palavra qualquer, mas uma Palavra criadora. Deus diz e acontece, como na obra da criação.
Deus diz e faz-se. Deus diz, o homem responde e Deus faz a maravilha.

Por isso a Palavra de Deus é uma Palavra criadora, é uma Palavra recreadora. Deus cria-nos e recria-nos constantemente através da sua Palavra e por isso é que é tão importante este Shemá, escuta a palavra que te cria e recria, que te dá a vida eterna de Deus.

Um coração crente é um coração que se deixa conduzir pela verdade revelada pelo próprio Deus, que se deixa conduzir pela verdade, como único critério para a sua vida.
É um coração vigilante que pede a Deus discernimento para acolher esta Palavra no concreto do dia-a-dia, no quotidiano e é esta a primeira coisa que temos de pedir todos os dias.
Não é saúde, não é que tenhamos um dia agradável, nem que o Senhor abençoe os nossos filhos. A primeira coisa é escuta, escuta que o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Depois de pedir isto a Deus podemos pedir tudo o resto, mas primeiro pedir a Deus um ouvido que escuta, um ouvido que desperta para a novidade de Deus.

Este Shemá Israel é a raiz da nossa espiritualidade, da nossa oração. Não seremos cristãos adultos se não treinarmos o nosso ouvido. Não seremos cristãos adultos se não escutarmos a Palavra que nos indica o caminho.
Não podemos ter a vida de Deus, se não escutarmos a sua Palavra. É o próprio Jesus que nos diz: quem é de Deus escuta as palavras de Deus, vós não as escutais porque não sois de Deus.
É muito importante, irmãos, porque está na hora de tirarmos aquele fatinho da primeira comunhão, de sermos cristãos adultos, viris, que se deixam recriar pela palavra de Deus. Desse modo, perceberemos que escutar a Palavra não é um trabalho menor, não é mais uma coisa, mas é a atitude fundante e fundamental do coração crente, do coração que acredita.
Quem não escuta a Palavra não pode viver a verdade porque não a conhece, como diz Jesus a Pilatos naquelas palavras dramáticas do pretório, quando Pilatos pergunta a Jesus tu és rei? E Jesus diz: é verdade Eu sou rei, para isto nasci, para isto vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que vive da verdade escuta a minha voz.
Por isso mesmo, rezar o Shemá pela manhã ajuda-nos a ter um coração aberto à palavra criadora de Deus e à sua vontade. Porque Deus está atento à nossa vida. Atende à nossa história concreta. Não está indiferente às nossas vicissitudes, às nossas dores, às nossas tribulações e é por isso, que precisamos de ouvir esta palavra de Deus que nos conduz e nos mostra o caminho.

Este é o caminho da felicidade. Faz isto e serás feliz. Nós, muitas vezes em situações concretas da nossa vida, queremos dizer a Deus: Oh Senhor, tu não vês isto, tu não vês aquilo, as minhas dores; olha isto olha, aquilo, como se fôssemos os autores da Palavra.
E isto, porque nós temos sempre a tentação terrível de construir a nossa história e então muitas vezes na nossa oração damos recados a Deus, lembramos Deus da nossa fragilidade, das nossas dores, das nossas vicissitudes. Quando deve ser o contrário. É Deus nos convida a escutar a sua vontade, a escutar a sua Palavra.
Deus é omnisciente, sabe tudo. Por isso, rezar o Shemá é também um exercício de humildade. Colocamo-nos nas mãos de Deus, quando Tu quiseres, como Tu quiseres e onde Tu quiseres. Aqui estou Senhor para fazer a Tua vontade. É o coração que se abre à novidade de Deus.

É também um convite à obediência, a seguir o caminho que Deus traçou para nós. Rezar o Shemá é uma profissão de fé. Nós não acreditamos muitas vezes.
Não acreditamos que Deus seja o Senhor da nossa história e por isso estamos sempre tentados a providenciar a resolver as coisas à nossa maneira. Pensamos que Deus nem sempre acerta.
Mas isso é um engano do demónio. É uma mentira que nos está sempre a dizer que se Deus fosse o autor da nossa história nós não teríamos esta vicissitude, não teríamos estes filhos, não teríamos este marido, nem estes pais, nem esta mulher, nem este emprego.
É um engano do demónio que nos diz olha lá, tu achas mesmo que Deus existe? Se Deus existisse, se Deus te amasse, não estarias nessa fragilidade, não estarias nessa precariedade.
E é verdade que nós damos ouvidos ao demónio que está sempre aqui a rosnar, que nos tenta enganar.
O demónio é como uma seta que não vai direita ao alvo. É isto que o demónio provoca no nosso caminho.
Então tudo o que Deus faz através da sua Palavra, criadora e recreadora, através da palavra incarnada que é Jesus Cristo a última Palavra de Deus, é a novidade de Deus, Jesus Cristo, é a Palavra que se faz carne, que se faz história e tudo o que Deus faz por Jesus Cristo é bom e belo, tudo o que Deus permite na nossa vida é para nosso bem, tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus, diz S. Paulo.

Por exemplo, esse marido que tu tens ou essa mulher é a escada que te levará ao céu, é para a tua conversão, é para não seres um tirano, para te relativizares e perceberes que não és tu o senhor, que não há outro senhor para além de Iavé. (…).
Essa comunidade que Deus te deu, que não é ideal nem poderia ser, porque ninguém se escolheu, mas foi Deus que escolheu a comunidade, o grupo de oração, esse irmão que te atrapalha, que fala muito, que diz sempre muitas coisas e com o passar dos anos vemos que diz sempre as mesmas coisas e que já não o podes ouvir. Esse irmão é para que tu te relativizes, é para que tu saias do teu trono, para que deixes a tua cadeira e te ponhas a caminho.

Então esta Palavra de S. Paulo “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” é uma palavra muito difícil de por em prática. Custa-nos muito aceitar e por isso reproduzimos em nós as murmurações do povo de Israel a caminho da terra prometida.
Deus faz maravilhas naquele povo, vai resgatá-lo da casa da escravidão, leva-o pelo deserto, abre o mar vermelho, derrota os inimigos e quando tudo está em paz, o povo tem fome e o que faz depois de ter visto tudo aquilo que Deus fez? Murmura: porque é que Tu nos tiras-te do Egipto. Lá tínhamos que comer. E Deus dá-lhes o maná que os acompanha até às portas da terra prometida onde eles podem semear.
Entretanto, tem sede e o que faz? O mesmo, vai ter com Moisés e pergunta, mas porque é que nos fostes buscar ao Egipto, para nos matares à sede e Deus providencia água no rochedo.

Passado um pouco Deus chama Moisés para subir ao monte para lhe dar as tábuas da lei e o decálogo, Moisés demora-se mais um pouco e o que acontece? Impaciente o povo fabrica um ídolo, um bezerro de ouro, e assim sucessivamente até chegarem à terra prometida.

É o que acontece connosco porque a história de Israel é a minha história e é a tua história.
 

Escutar Deus que me fala na escritura e na minha vida. A Palavra de Deus está na escritura, mas também se torna presente na minha vida concreta.

Shemá! Escuta o Senhor!

Labata n.º 103 de Abril de 2010

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REPORTAGEM



Síntese da Homilia de D. Joaquim Mendes
(Encerramento do Retiro)
- 21 de Março de 2010 -



O Senhor D. Joaquim Mendes falou-nos sobre como a conversão é um «êxodo» permanente e de como este é um convite a olhar um futuro novo, de esperança, que o Senhor prepara para o seu povo.
É na Páscoa que está “este futuro novo pleno e definitivo, que o Senhor nos oferece”.
É um anúncio de “um futuro de graça transformando o deserto num lugar de amor, de intimidade, de vida em Aliança, de comunhão com o seu povo”.
E “é assim que passo a passo, o Senhor edifica e forma o seu povo, através da experiência do êxodo, do caminho do retorno, da conversão, da oferta gratuita e perene do seu amor e da sua misericórdia, que assume em Cristo rosto, realidade, plenitude.
A Páscoa é a libertação suprema e definitiva que nos abre um futuro sempre mais belo e mais pleno.”
O anúncio de S. Paulo que “olha o futuro como uma meta a alcançar” e de como “exprime o dinamismo essencial da vida cristã que é conformação com Cristo, através da conversão, do despojamento de si, da escolha dos valores cristãos, da identificação progressiva com Ele”.
É “o encontro com Cristo, a experiência do seu amor, que transforma o coração, torna a vida fecunda e leva a celebrar os seus louvores.
Este encontro, absolutamente necessário, com Cristo libertador da escravidão do pecado e dador de todos os bens, porque o homem, por si só, é incapaz de se libertar, de se salvar”.
Sobre o Evangelho o Senhor Bispo explicou que este é “um convite à confiança em Deus, que através de Jesus, se revela um Deus misericordioso”. “Revela-nos o essencial da missão de Jesus, ‘que não veio chamar os justos, mas os pecadores’ (Lc 5,32).
Veio procurar a ovelha perdida, ferida, maltratada, para a curar, salvar, libertar e reconduzir ao seio da vida, da comunhão com Deus”.
“A mulher pecadora, infeliz, humilhada, arrependida, confiante, acusada por escribas e fariseus é apresentada a Jesus que improvisamente, com sabedoria divina, lança-lhes um desafio, que cai como uma espada que penetra a profundidade das suas consciências: ‘Quem de vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra’”.
“Jesus manifesta a compaixão e o amor misericordioso de Deus para com os pecadores e denuncia o comportamento de todos aqueles que estão sempre prontos para descobrir e denunciar o pecado dos outros.
Se nos olharmos com os olhos com que Deus nos olha, sentiremos necessidade do perdão e da misericórdia de Deus e seremos levados a usar, em relação aos outros, a mesma compaixão e misericórdia com que Deus nos olha e usa para connosco.”
“São muitos e variados modos que o Senhor nos convida a percorrer o caminho da conversão, do retorno à comunhão com Ele”.
Converter-se é descobrir o rosto misericordioso de Deus Pai, em Jesus; a alegria de ser filho de Deus, deixar-se amar por Ele, passar do pecado à reconciliação, da morte à vida.
“Somos amados por Deus, não porque sejamos «justos», não porque sejamos bons, mas porque Deus é nosso Pai, um Pai bom e misericordioso, que nos ama com amor fiel e gratuito, que não retira um milímetro do amor que nos tem, mesmo quando rompemos a comunhão com Ele, quando reivindicamos a nossa «herança», a nossa autonomia, a nossa independência, para buscarmos uma liberdade sem limites, que nos lança numa escravidão degradante.”
Convido-vos a caminharmos “em direcção à Páscoa, assumindo, com “verdade e generosidade, aquela «passagem», aquela mudança na nossa vida, que nos permita sentir a alegria da vida nova que começa com a ressurreição de Cristo, aquela luz que aponta novos caminhos e dá à nossa vida um sentido novo.
Em cada Páscoa devemos sentir que a morte de Cristo não foi em vão, que ela continua a ser fonte abundante donde jorra a água que fecunda e transforma, capaz de mudar o coração do homem e de o tornar digno da vida eterna” (Mensagem do Cardeal Patriarca, para a Quaresma de 2010).

Labat n.º 103 de Abril de 2010

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