19 dezembro, 2009

LABAT cem vezes



Pai, deixa que neste dia tão especial te falemos com palavras semelhantes às que Jesus teu Filho usou contigo na sua última noite, antes de voltar para ti (Jo 17, 1-26). Atrevemo-nos a falar-te assim, porque Jesus insiste connosco para sermos um só com Ele e contigo, na força do Espírito que vos une a vós e nos une a nós convosco.

Pai, demos a conhecer-te àqueles que, do meio do mundo, nos deste. Eles eram teus e tu no-los entregaste e eles têm guardado a tua palavra (Jo 17, 6). Continuam teus, e apreciam-te cada vez mais neste jornal que entre nós circula e ao longo de tantos meses e anos, já atingiu a centena de números.

Os que por isso se voltaram mais para ti são multidão incontável, que a nossa memória não pode abarcar, mas o teu amor conhece um a um. São tantos como as estrelas do céu e as areias do mar. “É por eles que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que nos confiaste, porque são teus” (Jo 17, 9).

Pai, eu te louvo por tantas maravilhas que neles fizeste. Tu lhes revelaste o esplendor da tua glória e lhes deste a sentir o teu amor sem limites. Experimentaram a tua intimidade, a tua imensidão, a tua paz e a tua consolação. Sentiram em si próprios a tua paciência e a tua fidelidade, mesmo quando foram infiéis.

É por esses que te rogamos especialmente hoje, porque estão no mundo, mas não querem ser do mundo. “Não te peço que os retires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo. 17, 15). Não te peço que os poupes à violência da sedução e da luta, mas que o teu Espírito os trespasse e lhes mostre o que é ilusão e engano.

Rogo-te, Senhor, que os não deixes cegos, a entrar num caminho falso, sem retorno. Fala-lhes e “faz que eles sejam inteiramente teus, por meio da Verdade. A Verdade é a tua palavra” (Jo 17, 17). A Verdade é o teu conselho amigo, o único que não engana nem nos esquece. O único que é o nosso ânimo, a nossa força, a nossa esperança, o nosso encanto e o nosso futuro.

Bem sabes, Pai, melhor que eu, como a vida tem sido dura e difícil para muitos dos nossos irmãos, que sofrem no corpo e no espírito, ao mesmo tempo que vai aumentando neles a sede do teu amor. Mostra-lhes, Senhor, o esplendor da tua face e ficarão saciados.

Rogo-te, Senhor por todos eles, a quem queria transmitir as maravilhas que me revelaste, de surpresa em surpresa ao longo dos anos. O que me custa é não encontrar palavras para o dizer… É que só tu és a Palavra. Por isso te peço que lhes fales, “para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria” (Jo. 17, 13).

Faz com eles, Pai, o que fizeste com tantos de nós: aquece as suas noites e ilumina de Natal as suas trevas.
Toma posse deles, Senhor, e leva-os ao cume do monte, como levaste a alguns de nós, e então te transfiguraste. Foi bom, muito bom. Não queríamos sair de lá…

Rogo-te, Senhor por todos esses com quem partilhaste tantos segredos do teu amor.


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